Ex-participantes da maior competição de estratégia e gestão do mundo colhem frutos na carreira e na vida

Exame 17 de Janeiro de 2018 PDF

Após alguns anos da participação no Global Management Challenge (GMC), maior competição do mundo em estratégia e gestão empresarial, os ex-participantes ainda colhem os frutos dessa experiência. Nos seus 38 anos de história, mais de meio milhão de pessoas já participaram do GMC. Os benefícios que o GMC proporciona são inúmeros e os aprendizados são para a vida toda, segundo os relatos dos ex-competidores.

Ter bom currículo é primordial para aumentar as chances de entrada em grandes empresas nacionais e multinacionais. No entanto, a experiência prática adquirida com o simulador de gestão (business game), e a competição do GMC, acrescenta características comportamentais importantes que só poderiam ser adquiridas com a prática diária de gestão empresarial.

Cada país participante realiza fases eliminatórias e uma final nacional que revela a equipe que irá disputar a etapa mundial com competidores de outros cerca de 30 países, com o desafio de administrar as áreas de produção, finanças, marketing e recursos humanos de uma empresa virtual, utilizando um software simulador de gestão.

Divididos em grupos (chaves de disputa), os times deliberam e tomam cinco decisões de gerenciamento relativas aos negócios de suas empresas. Todas as equipes recebem as mesmas informações históricas da análise de dados dos trimestres passados e têm um panorama situacional da empresa perante o mercado.

Segundo Rafael Cazazza Ambrósio, chefe da equipe campeã nacional na edição 2016, ao lado de Lucas Thevenard e Ludmila Silva, hoje em dia o peso do GMC em entrevistas de emprego é muito grande:

“Conquistar o campeonato nacional e ter ido para uma final internacional, viagem que fizemos para Doha, no Qatar, é uma experiência muito forte”, disse Ambrósio. Hoje Rafael é trainee na Telefônica e conta que o jogo dá uma ótima base de gestão.

A experiência com o GMC abriu muitas portas para Eduardo Freme, da equipe bicampeã nacional em 2001, final mundial em Paris e 2003, final mundial em Lisboa. Segundo ele, em função da participação no jogo conquistou uma vaga de estágio na gigante global de consultoria de gestão, Accenture. Trilhou uma carreira envolvendo o GMC de uma forma ou de outra. Entrou na Integration Consultoria Empresarial em função de palestras que fazia sobre a competição e hoje está na ASICS Corporation como Diretor de Supply Chain para a América Latina.

“O planejamento foi o ponto crucial de nossa estratégia. Antes mesmo de começar a primeira rodada, já sabíamos cada movimento até a quinta rodada. Na segunda final estávamos entre os últimos, mas fomos fieis ao plano e deu tudo certo”, explicou Freme.

Os amigos Reinaldo Egas, Tiago Dias e Bruno Freitas, integrantes da equipe campeã nacional em 2004, participaram da final internacional na Ilha da Madeira, Portugal, e contam que os aprendizados com o GMC continuam presentes no dia a dia do trabalho até hoje:

“O trabalho em equipe foi uma das melhores conquistas com o GMC. Nós conseguimos compor uma equipe muito entrosada. Cada um era bom em determinada área, éramos um time equilibrado e deu muito certo. Somos amigos próximos até hoje”, contou Egas.

“Éramos muito jovens, saindo do curso de engenharia elétrica da Unicamp e estávamos focados nos conceitos da engenharia. Com o jogo passamos a conhecer vendas, promoção e questão financeira, ou seja, aprendemos muito durante o GMC”, explicou Dias, que hoje é Consultor de Gestão Interna na Bayer.

Bruno Freitas, hoje Coordenador de Vendas na Siemens, conta que o GMC é o simulador mais completo que existe. “Há um tempero de realidade que leva a interação entre as equipes o que faz muita diferença no desenrolar do jogo. O ambiente é tão real como o que as empresas enfrentam no mercado.”

O tricampeão nacional (edições 2009, 2010 e 2011) Diego Ucha conta que na terceira participação no mundial de Kiev, Ucrânia, a equipe brasileira ficou com a quarta colocação e superou várias potências como a equipe dos Estados Unidos formada por profissionais de Harvard. Segundo ele foi uma experiência sem precedentes, cultural, profissional e pessoalmente:

“O GMC é um quadro em branco, você pode fazer o mínimo e ter um resultado equivalente ou correr atrás, buscar novas formas e criar um Picasso”, disse Ucha.

A maior parte desses competidores fez a primeira viagem internacional da vida e conquistou um começo de carreira relevante para o futuro de sucesso que estão colhendo. Camila Campos foi campeã nacional na edição 2014, participou da final mundial em Praga, na República Checa, e hoje é Analista de Gestão do Burger King. Para Camila o GMC proporciona uma visão macro da empresa e facilita a definição de indicadores e de metas:

“Atuo na área de gestão do Burger King e preciso ter conhecimento e visão de todas as áreas da empresa. Além de visibilidade, o GMC me deu entendimento que a uma boa gestão deve ter todas as áreas integradas sem pensamento em silos”, disse Camila.

Integrante da mesma equipe da Camila, Eduardo Kishiue, comprador na Natura, conta que o GMC foi uma experiência rica em aprendizados:

“A competição contribuiu no desenvolvimento da minha competência de trabalhar em equipe. Pude aplicar a teoria da faculdade na prática, por meio das simulações do jogo e conquistar muitos aprendizados. Além disso, o GMC agregou conteúdos em minha trilha profissional”, disse.

Por indicação de amigos da Poli Júnior – Empresa Júnior de Engenharia da USP, Eduardo Caraver participou do GMC e foi campeão nacional na edição de 2007. Com uma equipe bem entrosada viajou para a final mundial em Macau, na China. Segundo ele o GMC foi uma experiência excelente para a vida toda:

“Entrei na Odebrecht em função da participação no jogo, também trabalhei na Promon Engenharia. Aproveito todos os conhecimentos adquiridos no GMC para a realizar uma gestão mais integrada e eficiente”, explicou Caraver.

GMC no Brasil

O Brasil, que participa da competição desde 1980, foi o primeiro país a integrar a versão global do Global Management Challenge (www.globalchallenge.com.br). Já registrou excelentes resultados.
A edição nacional é organizada pela Ser Total, empresa de consultoria e treinamentos com sede em São Paulo, dirigida por Marcelo Egéa, tem patrocínio oficial das empresas Votorantim Cimentos, Grupo Tigre e Nors.

Sobre mim

Especialista em Tecnologia da Informação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli / USP) e Cientista da Computação pelo Senac São Paulo.

Consultor em desenvolvimento de sistemas Web, com especialidade em Bibliotecas Virtuais e Digitais.

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